As expectativas do setor audiovisual no governo Lula


O terceiro mandato do presidente Lula, vem como um sopro de esperança para o setor audiovisual a partir de 2023.

Depois da extinção do Ministério da Cultura pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de quatro anos de ataques à cultura, desmoralização da classe artística e corte de verbas do setor, tudo isso somado à pandemia, o audiovisual vem respirando por aparelhos.

A expectativa é que o próximo governo volte a dar atenção e apoio a esse setor que emprega milhões de brasileiros e é um dos grandes responsáveis por movimentar a economia no país. Antes mesmo de assumir, Lula já recriou o Ministério da Cultura e convidou a cantora Margareth Menezes para ministra.

Margareth Menezes: contribuição para a cultura vai muito além da voz

O FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), por exemplo, foi criação de Lula em seu primeiro mandato. Entre 2008 e 2018 foram 1491 obras audiovisuais brasileiras produzidas e quase R$2 bilhões aplicados na economia. Em 2020, o repasse para o Fundo sofreu um corte de 43%.

Marcos Barros, presidente da ABRAPLEX (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex) avalia esses últimos anos como “um período de nervosismo e muito trabalho”. Com a pandemia sob controle e um novo governo definido, porém, é mais fácil enxergar os próximos passos. “Acho que finalmente a gente hoje tem uma visão bem clara do que vai acontecer no mundo. O cinema volta, o cliente quer voltar, temos inúmeras provas disso, a última foi a Semana do Cinema, que foi um espetáculo. […] As pessoas querem uma experiência, elas não querem somente assistir nas suas casas”. O executivo ainda ressaltou a falta de produtos para serem exibidos no cinema como uma das grandes dificuldades deste período.

Dia do Cinema Brasileiro - Blog UniDomBosco

“O filme brasileiro tem que ocupar a sala de cinema, isso também tira um pouco o peso das costas do exibidor, especialmente aquele independente, com poucas salas, que muitas vezes precisa optar pelo filme de maior público para não fechar. Esse é um foco muito grande que precisa ser discutido com seriedade e atenção para que isso volte a acontecer, mas precisa de união com a classe, com os exibidores.” opina afirmou Marina Rodrigues, produtora executiva com foco em políticas públicas.

Para Felipe Lopes, sócio-diretor da Vitrine Filmes e Manequim Filmes, os principais gargalos do momento, especialmente no setor de distribuição são: “investimento para que possamos crescer nossas campanhas, ampliar o alcance e impressões da distribuição e ter uma melhora quantitativa na comercialização. Além disso, precisamos que haja um acompanhamento do mercado que embase uma regulação que fortaleça o setor e programas de fomento que ampliem a difusão e o acesso ao nosso audiovisual. Por fim, formação de público e capacitação profissional ainda são gargalos que vivemos.”

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