Margareth Menezes: contribuição para a cultura vai muito além da voz


A cantora Margareth Menezes foi anunciada como Ministra da Cultura do governo do presidente eleito Lula. O ministério foi recriado depois de ter sido transformado em Secretaria Especial do Ministério do Turismo durante o governo de Jair Bolsonaro.

Nascida em 1962, em Salvador, Bahia, Margareth Menezes começou sua carreira musical cantando no coral da igreja e depois em bares da cidade.

Em 1987, foi convidada pelo cantor Djalma Oliveira para gravar ‘Faraó (Divindade do Egito)’, que vendeu mais de 100 mil cópias na época. A partir daí, a cantora assina com uma grande gravadora e sua carreira deslancha, acumulando mais de 10 álbuns lançados, indicações ao Grammy e mais de 20 turnês internacionais.

Tamanho sucesso extrapolou as fronteiras do Brasil. Em 1990, o álbum ‘Ellegibô’ chega ao topo da Billboard World Albums nos EUA e, em 1993, o álbum ‘Kindala’ é indicado ao Grammy.

Nas últimas décadas, Menezes se estabelece como uma das principais artistas do Carnaval de Salvador. A faixa ‘Dandalunda’, composta por Carlinhos Brown, foi eleita a melhor música do carnaval de 2002. Em 2004, seu disco ‘Ao Vivo no Festival de Verão de Salvador’, ganhou disco de ouro e caiu no gosto da crítica do The New York Times, Washington Post e Le Monde.

No ano de 2006, Margareth é indicada ao Grammy Latino com o álbum ‘Pra Você’. No ano seguinte, mais duas nomeações do Grammy com o ‘DVD Brasileira ao Vivo: Uma Homenagem ao Samba-Reggae’.

Margareth Menezes é cotada para assumir Ministério da Cultura no governo  Lula - Portal de Prefeitura

Apesar da extensa e reconhecida carreira na música, sua contribuição para a cultura vai muito além de sua bela voz.

Margareth Menezes sempre esteve envolvida em projetos sociais com foco na educação e cultura, incentivando e apoiando o desenvolvimento da cultura brasileira e baiana. Confira alguns dos seus marcos e conquistas ao longo das últimas décadas:

1) Participou, em 1983, da fundação do Gran Circo Troca de Segredos, espaço que revolucionou a cena cultural de Salvador

2) Em 2002, foi eleita uma das 100 personalidades negras mais influentes do mundo pela MIPAD (Most Influential People of African Descent). No mesmo ano, participou da festa de comemoração da independência do Timor-Leste, que reuniu artistas de língua portuguesa de todo o mundo

3) Fundadora e presidente da Fábrica Social (2008), uma ONG sediada na Bahia, que atua na área da cultura, educação e sustentabilidade

4) Em 2005, lança o Movimento Afropop Brasileiro, bloco sem cordas que festeja a cultura negra no Brasil

5) Idealizadora do Mercado Iaô, evento de produção cultural

6) Embaixadora da IOV-UNESCO, grupo que visa preservar e fomentar a produção cultural em todas as suas formas

Depois de anos de completo descaso e falta de apoio à arte e à cultura no Brasil, a nomeação de Margareth Menezes para o Ministério da Cultura é um sopro de esperança e otimismo para o setor que foi tão prejudicado nos últimos anos, em especial durante a pandemia.

Sua experiência, conhecimento e vivência na cena cultural baiana e enquanto mulher negra no Brasil pode trazer significativos avanços para a cultura brasileira. Que possamos colher bons frutos nos próximos anos!

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