Não passe vergonha: aprenda mais sobre a comunidade LGBTQIA+
O mês de junho é conhecido como o mês do Orgulho LGBTQIA+. Nos últimos anos, é cada vez mais comum ver marcas deixando seu feed colorido e colocando, na maioria das vezes, homossexuais em suas publicidades durante o período.
Sem dúvida, nos dias de hoje existe muito mais diálogo e informação sobre essa pauta do que se to indo nha até pouco tempo atrás. Ainda assim, em 2020 o Brasil foi, pelo 12º ano consecutivo, o país que mais mata transsexuais no mundo. Marginalização, preconceito e violência são realidades que milhões de brasileiros que não se encaixam nos “padrões” heteronormativos aceitos pela sociedade acabam tendo que enfrentar durante a vida – muitas vezes, culminando no fim dela.
Por mais avanços e relevância que a pauta tenha ganho nos últimos anos, é fundamental que toda a sociedade se movimente para eliminar o preconceito, que vem, muitas vezes, da pura falta de conhecimento sobre o assunto. É obrigação de cada indivíduo buscar informação para entender que as pessoas são muitas e são múltiplas, e que toda a forma de existir e de amar são válidas e devem ser respeitadas e defendidas por toda a sociedade.
Para te ajudar a não passar vergonha quando conversar com alguém da comunidade ou em uma roda de amigos, explicamos abaixo as principais dúvidas sobre a causa LGBTQIA+:
O que significam as letras da sigla LGBTQIA+?
Quem aí é do tempo onde ainda se falava GLS? A sigla, cunhada em 1994, era uma abreviação para Gays, Lésbicas e Simpatizantes. Com o tempo, caiu em desuso não só por ser simplista demais e deixar diversos outros grupos de fora mas também porque o termo “simpatizante” poderia ser qualquer pessoa, inclusive heterossexuais que apoiavam a causa, tirando o protagonismo da comunidade.
Depois, a sigla foi atualizada para GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), que já acolhia uma parcela maior de pessoas. Com o passar do tempo e a identificação de outros grupos, a sigla mudou novamente e a atual é como a conhecemos agora: LGBTQIA+
Mas então, o que significam todas essas letras?
- LÉSBICAS: Mulheres que sentem atração afetivo sexual pelo mesmo gênero.
- GAYS: Homens que sentem atração afetivo sexual pelo mesmo gênero.
- BISSEXUAIS: Homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos gêneros Masculino e Feminino.
- TRANSEXUAIS OU TRANSGÊNEROS: Pessoas que se identificam com outro gênero que não aquele atribuído no nascimento.
- QUEER: Pessoas que se auto identificam como gênero Queer transitam entre gênero masculino e feminino, ou em outros gêneros nos quais o binarismo não se aplica.
- INTERSEXO: Pessoas cujo desenvolvimento sexual corporal, expressados em hormônios, genitais, cromossomos, ou outras características biológicas, não se encaixam na norma binária.
- ASSEXUAL: Pessoas que não sentem atração afetiva e/ou sexual por outras pessoas independentemente do gênero.
E o “+” no final da sigla? A sigla inteira e completa, na verdade, é LGBTT2QQIAAP, e o sinal de mais representa as demais letras, como o P, por exemplo, de Pansexual.
Muita informação para assimilar? Dá uma olhada nesse vídeo incrível que o diretor da 8 Milímetros, Diego Octávio, gravou explicando melhor sobre as siglas e outras questões importantes:
8 Milímetros – Mês do Orgulho LGBTQIA+ from 8 Milímetros on Vimeo.
Identidade de gênero X Orientação sexual
Esse assunto gera bastante dúvida e confusão para a maioria das pessoas, especialmente as que não fazem parte da comunidade. Identidade de gênero é diferente de orientação sexual. A primeira é o gênero com o qual a pessoa se identifica, que pode, ou não, ser o mesmo atribuído no nascimento (feminino ou masculino, por exemplo). Já orientação sexual tem a ver com o relacionamento sexual/afetivo, que pode ser com pessoas do sexo oposto (heterossexual) ou do mesmo sexo (homossexual).
Confira a imagem abaixo para entender melhor essa e outras questões relacionadas a gênero:
Cisgênero?
Esse é um termo relativamente novo que ainda deixa muita gente confusa. Afinal, o que é cisgênero? Se transgênero é a pessoa que não se identifica com o gênero atribuído no nascimento e que está relacionado ao órgão sexual, cisgênero é a pessoa que se identifica com o gênero de nascimento. Lembre-se: é um erro grotesco se referir a uma pessoa não transsexual como “normal”.
Heteronormatividade
Puxando o gancho acima, é comum a sociedade entender o comportamento heterossexual como o único aceitável. Qualquer coisa diferente disso é visto como inadequado. Se, ao pensarmos em um casal, vêm à mente um homem e uma mulher, é porque isso é um padrão heteronormativo.
O travesti ou A travesti?
Outra questão que deixa muita gente confusa na hora de se referir aos travestis. Para entender melhor, travesti é a pessoa que nasceu com o órgão sexual masculino e lhe foi atribuído o gênero masculino, mas que tem identificação com o gênero oposto. Algumas travestis fazem terapias hormonais e cirurgias plásticas para ficarem com o corpo tido como mais feminino, mas não é uma regra. Diferente das transexuais, as travestis não querem fazer a cirurgia de redesignação sexual. Então, é A travesti, ok?
O que você ainda não sabia sobre essas questões?