5 técnicas de Alfred Hitchcock para criar suspense


Mesmo quem não é um grande entusiasta do cinema, provavelmente já ouviu falar de Alfred Hitchcock.

Conhecido como uma das grandes mentes da história cinematográfica, é o grande nome por trás de clássicos como “Psicose”, “Um Corpo que Cai”, “Janela Indiscreta”, “Disque M Para Matar”, “Os Pássaros”, “Festim Diabólico”, “Intriga Internacional”.

E o que tem de tão especial em seus filmes que o fez ganhar o título de Mestre do Suspense? Qual seu segredo para criar suspense?

Um spoiler do próprio Hitchcock: “É indispensável que o público tome conhecimento de todos os fatos envolvidos. Caso contrário, não há suspense.”

Vamos ver suas 5 principais técnicas para criar suspense no cinema.

1. Protagonistas femininas

Uma das técnicas mais interessantes para criar suspense que Hitchcock empregou foi em suas protagonistas. Apesar de serem em sua maioria loiras, todas iam contra os principais estereótipos das mulheres entre as décadas de 1940 e 1960.

Embora as loiras mais famosas daquela época nunca tenham aparecido em seus filmes, não há como negar que suas protagonistas femininas eram sexy. Elas eram sensuais, mas de uma forma sutil. Essas mulheres hipnotizavam seus colegas do sexo masculino, que na maioria das vezes eram deficientes físicos ou psicológicos, mas estavam longe de ser apenas peças decorativas nos braços dos protagonistas masculinos; eram realmente personagens principais.

Essa natureza dinâmica de suas protagonistas femininas contribui com o suspense, pois você nunca sabe o que esperar. Em um minuto você está sendo seduzido por uma loira na tela e no próximo segundo ela está pulando de uma torre (como Madeline em “Um Corpo que Cai”, de 1958).

Um Corpo que Cai

2. Subjetividade

Apesar de não ser uma criação original sua, Hitchcock costumava usar a subjetividade para muitos propósitos voyeurísticos. Os personagens de Hitchcock tinham a incrível capacidade de imitar o público do filme por um instinto básico de cobiçar um sujeito despretensioso. Essa técnica foi inspirada em Lev Kuleshov e é conhecida como “O Efeito Kuleshov”.

Ao repetir ritmicamente essa técnica, Hitchcock conseguiu cultivar o suspense em muitos de seus filmes. Ele periodicamente mudava de “cobiçador” para cobiçado, o que leva a construir a ação. O resultado é um sentimento e antecipação de total desamparo ao observar o personagem observar o desenrolar de uma situação perigosa e ver que ele ou ela se mostrou incapaz de impedir o espetáculo. No filme “Janela Indiscreta”, Hitchcock consegue construir o suspense que o público sente ao criar aquele sentido pelo personagem. Dessa forma, o público sente que é como o personagem ou está compartilhando algo pessoal e íntimo.

3. Informações para criar suspense

Hitchcock acreditava que informação e suspense andavam de mãos dadas, por isso apostava em mostrar ao público o que o personagem desconhecia. Se algo tem o potencial de prejudicar o personagem no futuro, nada como mostrá-lo na cena inicial.

Enquanto a cena se desenrola como se não houvesse nada de errado, de vez em quando, o público é lembrando do perigo iminente, e o personagem continua sem saber de nada. Dessa forma, você aumenta continuamente o nível de suspense.

Um método que o diretor usou bastante para aumentar o nível de suspense foi fazer a câmera vagar divertidamente procurando por algo ou alguém suspeito. Dessa forma, o público não apenas se sente envolvido na solução do mistério, mas também se sente um passo à frente do personagem.

Psicose

4. Mantendo a história simples

Uma história confusa e excessivamente complexa exige que o público tenha que memorizar muita informação. É difícil extrair suspense de histórias como essa. A chave para a energia bruta de Hitchcock em seus filmes são as histórias lineares simplistas. Com roteiro simples para oferecer o maios impacto dramático possível, o público consegue acompanhar e compreender.

Histórias abstratas tendem a entediar o público. É por isso que Hitchcock usou principalmente histórias de crimes repletas de espiões, assassinatos e pessoas constantemente fugindo da polícia. Tramas como essas não são necessárias para todos os filmes, mas são as mais fáceis na hora de brincar com o medo.

5. Evitando personagens clichês

Os clichês são chatos e fáceis de prever. Para criar suspense, os melhores personagens são aqueles com personalidades difíceis de prever, que tomam decisões por capricho, em vez do que se espera do histórico dele. O público tende a achar esses personagens muito mais realistas, o que torna mais fácil acreditar quando algo acontece com eles.

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