O uso da ‘split screen’ na história do cinema


Você sabia que a técnica ‘split screen’ é uma das mais antigas usadas por editores de filmes e artistas de efeitos visuais?

Seja para editar takes juntos ou criar uma única cena a partir de várias, os usos da filmagem em tela dividida são muitos e vem lá dos primórdios do cinema.

O uso da split screen remonta à década de 1890. Os primeiros usos, como o filme de Edwin S. Porter de 1903, “Life of an American Fireman”, mostraram os pensamentos do personagem principal. Na verdade, a cena de abertura do filme é o bombeiro pensando em uma mulher e uma criança. Em 1898, o mágico que virou cineasta, Georges Méliès, usou a tela dividida junto com pinturas foscas para compor sua cabeça várias vezes em “As quatro cabeças problemáticas”.

Algumas décadas depois, em 1957, o cineasta Francis Thompson começou a experimentar lentes personalizadas para criar seu curta-metragem “N.Y., N.Y”. Ele usou a técnica novamente em seu filme vencedor do Oscar, “To Be Alive”, que foi exibido na Feira Mundial de Nova York de 1964. Thompson nunca revelou sua técnica, mas após o sucesso de “To Be Alive”, a tela dividida começou a aparecer com mais frequência em inúmeros filmes.

“Indiscreet”, de 1958, apostou na técnica para passar pela censura da época. Houve problemas com as cenas que mostravam Cary Grant e Ingrid Bergman juntos na cama, então o diretor Stanley Donen usou a split screen. Os atores foram filmados em camas separadas, mas suas conversas foram realizadas como se estivessem na cama juntos.

Em 1961, o estúdio Walt Disney surpreendeu o público com “The Parent Trap”, estrelado por Hayley Mills, que fazia dois personagens. Apesar de não ter sido o primeiro filme a usar uma tela dividida para estrelar dois personagens interpretados pelo mesmo ator, foi o primeiro grande sucesso de bilheteria a fazê-lo.

Para disfarçar a linha que dividia as duas telas, em muitas cenas foram utilizados detalhes do próprio cenário, como uma parede, uma porta de armário ou a cabeceira de uma cama.

Walt Disney exigiu que o VFX não fosse visível, e o trabalho valeu a pena, pois “The Parent Trap” ganhou o Oscar de Melhor Edição de Filme.

Um dos usos mais famosos (ou talvez usos excessivos) da split screen veio de “The Thomas Crown Affair”, de 1968. O filme apresenta uma montagem “multitelas” durante uma partida de polo. Idealizada e editada por Pablo Ferro, essa sequência foi criada para reduzir o tempo de execução do filme. Uma sequência de quinze minutos foi editada para dois minutos.

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