Criação de personagens para animação infantil


Quantos personagens de animação marcaram a sua infância? Com qual você mais se identificava e por quê?

Criar personagens de animação para o público infantil não é uma missão fácil. Construir personagens que transmitam a mensagem de forma clara e compreensível para o público a quem se destina, que sejam empáticos, carismáticos e despertem a curiosidade e interesse das crianças exige muito estudo e criatividade.

Apesar de desafiador, algumas dicas básicas podem te ajudar a completar essa missão com sucesso! Anote aí:

Público-alvo

Esse é sempre um ponto importante quando estamos falando de roteiro, planejamento, campanhas do universo do marketing e digital, e para animações não é diferente. Afinal, saber para quem você está falando vai definir o que, como e onde falar.

Pode até parecer óbvio qual o público-alvo quando estamos falando de criação de personagens para animação infantil. Mas não é. Dentro desse grupo de pessoas existem diversos nichos classificados pela faixa etária que muda completamente a direção do roteiro. Um personagem criado para um público de até 3 anos é diferente de um feito para crianças de 10 ou 12 anos, concorda?

Basicamente, as principais divisões dentro do público infantil são essas:

  • primeira infância (até 3 anos)
  • segunda infância (de 3 a 6 anos)
  • terceira infância (6 a 12 anos)

Você também pode se orientar pela divisão americana:

  • toddlers (até 3 anos);
  • preschoolers (de 3 a 6 anos)
  • kids (6 a 8 anos)
  • tweens (8 a 12 anos)
  • teens (12 a 15 anos)
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Essa divisão, na verdade, é só uma direção básica. É importante pesquisar qual o comportamento psicossocial das crianças com as quais seu personagem vai se comunicar. Qual a capacidade de compreensão delas, entendimento do mundo, o que chama mais atenção e até como elas se relacionam com outras pessoas.

Roteiro

Além de pensar os protagonistas e antagonistas, é preciso definir se os personagens serão mais “planos”, ou seja, representam uma ideia única, como uma caricatura superficial, ou “densos”, com maior profundidade e nuances psicológicas. Só é preciso tomar cuidado para não confundir a criança ao criar personagens muito contraditórios.

Uma dica é criar personagens cujas características físicas e psicológicas se relacionem com a jornada, seja para facilitar ou dificultar a vida da personagem, como Dumbo, filhote de elefante com orelhas enormes que aprende a voar.

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Dumbo

Já as personagens coadjuvantes podem ter diversas funções dentro da trama, como criar conflitos com o protagonista ou antagonista, ser um mentor, melhor amigo ou ter interesse romântico nos personagens principais. Eles também podem ter características “planas” ou “densas”, bem como ter histórias anteriores ao observado na trama principal e até histórias paralelas.

Ilustração

Para guiar essa etapa é preciso voltar ao início, com a definição do público-alvo, e também possíveis referências trazidas pelos roteiristas ou produtores.

É importante que os traços gerais da personagem, acessórios e figurino remetam à sua personalidade e ao que ela representa. Já a arte conceitual deve ser aplicável no tipo de animação que se pretende fazer, tecnicamente. Uma boa dica é pensar como a personagem seria representada em uma única imagem: alegre, com semblante sério, irritada? Isso vai te ajudar a definir a parte artística da criação.

Inspirações

Muitos dos grandes personagens voltados para as crianças vieram de inspirações da vida real. A Mônica, de Maurício de Souza, foi inspirada em sua filha, de quem ele pegou algumas características marcantes para construir uma das personagens mais famosas do Brasil.

Olhe ao seu redor, observe as pessoas, rejeitos, traços de personalidade. Tudo isso pode te ajudar a construir personagens com embasamentos reais com quem as crianças poderá se identificar mais facilmente.

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