Você já ouviu falar em plano sequência?
Conheça melhor essa técnica queridinha de vários diretores
Sabe aquelas longas cenas em um take único, quando parece que a câmera não parou de gravar em momento algum? Isso é um plano sequência. A câmera quase literalmente narra a estória, a ação se desenrola de forma fluida, sem cortes, aumentando a sensação de pertencimento e realismo à cena e contribuindo para a imersão do espectador.
Essa técnica vem sendo usada em diversos filmes e séries, de super cults a blockbusters. Normalmente para aumentar a tensão de quem está vendo, muitos diretores escolhem incluir um plano sequência em cenas de luta, de suspense e de ação, como costumam fazer Tarantino, Scorsese, Orson Welles, Chan-Wook Park e Joe Wright.
Esse plano sem cortes acaba agregando grande valor cinematográfico, já que é bem complicado gravá-lo. Além de os atores não poderem errar nenhuma fala, toda a equipe de trás das câmeras precisa estar em perfeita sincronia para não deixar aparecer nada de cabos, microfones, pessoas e tudo o que deva continuar “invisível” atrás das câmeras.
Nossa, um plano sequência de 10 minutos! Significa que a câmera ficou rodando todo esse tempo e ninguém errou nadinha?
Não necessariamente. Aí, vem um grande truque usado por diversos diretores. Quando a cena tem essa fluidez, é comprida, mas existem cortes imperceptíveis, ela continua sendo considerada um plano sequência. O segredo é utilizar, por exemplo, cenários imóveis ou frames bem escuros. Foi assim que Hitchcock gravou o clássico Festim Diabólico (1948), “escondendo” a câmera atrás de objetos como as costas de um personagem para, depois, voltar com o mesmo movimento, gerando uma sensação de que não houve corte algum.
E, quanto maior o plano sequência, mais impressionante é, mas também fica mais difícil de executá-lo. Poucos diretores se aventuraram a fazer filmes inteiros (ou quase) com essa técnica. O recente 1917 (2019) é um ótimo exemplo disso. O diretor Sam Mendes e o diretor de fotografia Roger Deakins construíram os 118 minutos de filme em apenas dois takes, ou seja, com um corte só! É claro, há alguns outros cortes imperceptíveis, como quando uma porta fecha ou acontece uma explosão e tudo fica escuro, mas a sensação é de que, realmente, acompanhamos os atores em tempo real, sem nenhum corte.
Então, que tal você ficar mais atento para essa técnica e procurar algum plano sequência nos próximos filmes e séries que ver?