Queixa-crime contra Mario Frias pelo incêndio na Cinemateca
Não é novidade para ninguém a forma como a cultura vem sendo tratada – ou melhor, abandonada – no Brasil nos últimos anos, especialmente desde o inicio da pandemia, que impactou diretamente o setor e deixou milhares de trabalhadores desempregados.
Por isso, apesar de extremamente triste e revoltante, não é surpreendente o incêndio que aconteceu no galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, na quinta-feira (29). O local abrigava documentos da história cinematográfica brasileira e itens do acervo do cineasta Glauber Rocha, por exemplo. O fogo e os anos de descaso e abandono destruíram toneladas de documentos e fizeram parte do teto desabar.
Devido à tragédia, a Comissão de Cultura da Câmara entrou com uma queixa-crime contra o secretário especial da Cultura, Mario Frias, e também pediu ao Tribunal de Contas da União uma auditoria nas ações da secretaria liderada pelo ex-ator.
Assinada por 14 deputados, entre eles, Alice Portugal, do PCdoB da Bahia, David Miranda, do PSOL do Rio de Janeiro, e Túlio Gadêlha, do PDT de Pernambuco, o texto endereçado ao Ministério Público diz que “o que poderia ser mais um grande infortúnio tem um componente de negligência e descaso das autoridades federais, que vêm ignorando a necessidade tanto de investimentos quanto da preservação do patrimônio cultural do país, notadamente em relação à Cinemateca Brasileira.”
Além disso, também pede a instauração de um inquérito para apurar uma possível improbidade administrativa por parte do Estado e que o MPF instaure uma investigação criminal independente da que está sendo feita pela Polícia Federal.
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