O que é montagem no cinema

Você já ouviu falar em montagem no cinema ou na TV?

Montagem é quando você pega cenas separadas e as edita juntas de forma a mostrar a passagem do tempo. O conceito é que, duas ou mais cenas diferentes colocadas juntas e em uma certa ordem podem dizer muito mais ao telespectador do que se estivessem isoladas. Esse conjunto de cenas é capaz de contar uma história, ao passo que cada cena sozinha não seria possível de ser decifrada pela audiência.

Como fazer uma montagem?

Antes de tudo, é preciso definir o que essa passagem de tempo vai mostrar: o envelhecimento de uma pessoa? Uma cidade se transformando? O passar de dias, meses ou anos?

Com isso em mente, é hora de gravar! Faça cenas diferentes e variadas que, quando pensadas juntas, fazem parte de um todo que conta essa história.

Na hora da edição, o segredo é encontrar um ritmo ideal que faça sentido. Isso vai depender do tipo de narrativa, linguagem e todo o conjunto de características do seu filme. Algumas técnicas de edição ajudam bastante nessa hora, como cortes rápidos e movimentos de câmera, além do uso de música para marcar a mudança de cena, como a batida da bateria ou o refrão.

Abaixo, podemos ver uma montagem bastante famosa do filme Rocky IV (1985). A sequência mostra seu intenso treinamento e a mudança física do seu corpo que vai acontecendo ao longo do tempo. Podemos observar movimentos de câmera repetidos que ajudam a criar o arco de desenvolvimento do personagem.

Justaposição

Outra forma bastante comum de se fazer uma montagem é utilizando a justaposição. A técnica consiste em juntar duas ou mais cenas para transmitir uma ideia ou um estado de espírito, então o público pode acompanhar o desenvolvimento de duas ou mais situações ao mesmo tempo. no caso de Rocky IV, podemos ver a preparação de dois lutadores para uma competição, ou poderiam ser dois adolescentes se apaixonando, por exemplo. Isso mexe com as emoções do telespectador porque mostra uma determinada cena, e depois outra completamente diferente.

Montagem dialética

Esse tipo de montagem pretende causar um determinado sentimento ou ideia na audiência colocando em sequência cenas que, aparentemente, não tem relação uma com a outra. Por exemplo, uma cena de um homem sorrindo seguida por outra de um caixão fechado. Rapidamente, o telespectador entende que aquele personagem ficou feliz com a morte em questão. O mágico desse tipo de técnica é que basta trocar uma das cenas para que o significado seja completamente alterado.

No vídeo abaixo, Alfred Hitchcock explica perfeitamente sobre a Montagem Dialética com dois exemplos fáceis de entender. Na situação 1, a cena é de um senhor olhando em determinada direção; a cena seguinte mostra uma mulher brincando com um bebê; depois, volta para mostrar a reação do senhor, que esboça um sorriso. A compreensão dessa sequência é que se trata de um senhor simpático e amável.

Na situação 2, troca-se apenas a cena do meio: ao invés da mulher com um bebê, coloca-se uma mulher de biquíni. O resultado final é um homem de meia idade pervertido.

Montagem rítmica

Na montagem rítmica, o corte entre cada cena controla o ritmo do filme, que pode ser acelerado ou mais lento. Esse efeito, geralmente, é alcançado colocando takes mais longos ou super curtos, recurso que ajuda a despertar determinados sentimentos e emoções no telespectador. Por exemplo, cenas com takes únicos e longos, com movimentos de câmera precisos e coordenados, trazem maior realismo para o público, pois se aproxima de como a vida é na realidade.