Toda nova geração assusta um pouco.
Os mais velhos ficam intrigados ao se dar conta que aqueles que até pouco tempo eram crianças fofas se tornaram jovens com opiniões, hábitos e até uma linguagem somente deles. A nova geração chega abrindo seu espaço, apresentando um mundo novo e expondo suas ideias diferentes, modernas.
Enquanto isso, as demais gerações assistem de camarote ao estabelecimento dos mais novos e tentam acompanhar as mudanças que acontecem na sociedade por consequência. O fato é que a gente tende a repelir o que é novo e nos apegar ao já conhecido. É mais confortável, mais fácil e tem menos surpresas. Foi assim com os Baby Boomer com a chegada da geração X, depois vieram os Millenials e, agora é a vez da chamada Geração Z dar as caras e ocupar seu lugar no mundo.
Mas o fato é que as gerações se renovam de tempos em tempos e toda a sociedade precisa se adaptar às mudanças. E não é diferente quando falamos do consumo de conteúdo.
Apesar das diferenças entre gerações assustar, há também muitos pontos em comum entre as 3 gerações pós-Baby Boomer: todos são fãs da Apple, Disney e Nike, por exemplo, e também compartilham o amor por programas como The Office e Friends. E há muitos dados sobre programas como The Voice, Bake Off e Married At First Sight para demonstrar que a co-visualização entre as famílias continua sendo uma realidade.
É isso mesmo, a Geração Z não tem repulsa em assistir aos programas de televisão junto com toda a família. A diferença é que o conteúdo tem ser apresentado no momento certo, do jeito certo e na plataforma certa. Por isso, plataformas e criadores de conteúdo precisam estar cientes das tendências de consumo da Geração Z, e como chamar sua atenção.
A primeira mensagem importante é que a Geração Z tende a preferir o celular, o streaming e o on-demand em vez do tradicional. O público da geração Z pode, sim, assistir conteúdos na televisão 4K de 100 polegadas na sala de casa, mas consumir Netflix, YouTube e Instagram por meio de laptops, tablets e celular dá a eles controle sobre suas escolhas de conteúdo que são guiadas pelo estilo de vida das redes sociais.
Pesquisas sugerem que 65% dos Gen Zers usam o Instagram e 62% usam o YouTube diariamente.
Isso significa que é preciso ter uma forte campanha social em apoio ao seu programa se quiser que ele chame a atenção do público jovem – porque a recomendação de amigos e influenciadores é o que impulsiona o comportamento do público da Geração Z. Nos Estados Unidos, a estratégia do Twitter da Netflix para o lançamento de Bridgerton, de Shonda Rhimes, é uma das principais razões pelas quais o programa explodiu tão dramaticamente durante o período de Natal.
Há também a questão de obedecer às regras da plataforma – o que significa criar conteúdo que se encaixe no contexto. O YouTube é impulsionado principalmente por conteúdo de formato curto liderado por influenciadores, então não é o lugar mais apropriado para lançar um novo documentário de três horas sobre hardware militar.
Dito isso, seria um erro profundo supor que os programas de TV tradicionais não podem encontrar um público da Geração Z na digisfera se eles procurarem. Há algumas evidências de que um programa que normalmente é assistido por públicos mais velhos por meio de métodos tradicionais, pode atingir um público mais jovem se for disponibilizado nas plataformas de streaming, bem como canais tradicionais.
Ao considerar como segmentar a Geração Z, lembre-se de que esse público-alvo se move rapidamente. Ninguém poderia realmente prever a ascensão do TikTok como concorrente do Instagram e do Snapchat. O áudio também parece estar em alta, com os podcasts sendo uma plataforma cada vez mais popular entre os criadores da Geração Z. Também é interessante notar como a Geração Z abraçou a revolução do Zoom.
Portanto, embora seja importante não exagerar nas distinções entre as gerações e tratar a Gen Z como algo extremamente diferente, é crucial levar em consideração certas tendências em torno de estilo, atitude e comportamento desse público.
