História do cinema mundial: Neo Realismo Italiano


História do cinema mundial: Neo Realismo Italiano

O ano era 1945. A 2ª Guerra Mundial havia acabado e deixado rastros de destruição e morte. A honra e o orgulho foram embora junto com os últimos disparos. A Itália, assim como muitos países europeus, estava devastada de corpo e alma. Grande parte da população estava desempregada e passando fome nas ruas. Foi nesse cenário que nasceu o Neo Realismo, corrente do cinema italiano que voltava seus olhos para sua própria sociedade, sua realidade, sua dor e dificuldades.

neo realismo italiano pós guerra

O Neo Realismo foi um movimento orgânico, natural, não planejado. É comum dizer que sua produções lembram um documentário, já que os cineastas agora não tinham mais que agradar ao governo fascista de antigamente e podiam mostrar a sociedade nua e crua.

As principais características desse estilo refletem precisamente esse momento que o país estava vivendo. Por falta de verba, e também para mostrar a realidade em sua essência, eram contratados atores não profissionais, que falavam da sua própria maneira; os cenários eram as ruas, tão reais e muito mais acessíveis do que um estúdio; a câmera, simples, era posicionada como se fosse um expectador, no melhor estilo liguei-e-comecei-a-gravar.

O filme considerado o precursor do movimento foi Roma, Cidade Aberta (Rossellini, 1945), que não teve uma boa recepção do público, pois as pessoas não queriam pagar para ver a própria realidade delas em uma tela.

Cena do filme “Roma, Cidade Aberta”

Ladrões de Bicicleta (Vittorio De Sica, 1948) é considerado o marco do Neo Realismo. Conta a história de uma pai e seu filho em busca da bicicleta roubada, fazendo uma dura crítica à sociedade injusta e aos conformistas, propondo um questionamento por parte da população.

Cena do filme “Ladrões de Bicicleta”

Outros filmes e seus principais representantes foram Visconti, com Obsessão, (1942) e A Terra Treme (1948), Zampa, em Processo Alla Città (1952) e De Santis, famoso por Roma, às Onze Horas (1952).

O movimento durou até meados da década de 50, quando a situação do país já estava melhorando e o governo conservador assumiu o poder, priorizando as produções americanas em detrimento da nacional.

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