Mulheres nos filmes de terror: heroínas e vilãs


Na história do cinema, é muito comum ver personagens femininos sem muita complexidade e que servem apenas para ajudar a desenvolver o personagem principal (em geral, masculino), seja como a garota sonhadora, a amiga conselheira, a donzela em perigo, o troféu do herói e muitos outros estereótipos.

Mas existe um gênero do cinema onde essa realidade é diferente. Os filmes de terror lidam com as questões de sexualidade, corpo e gênero muito melhor que qualquer outro, talvez, justamente, por que tem muito mais mulheres liderando esse tipo de filme.

Apesar de haver muita misoginia nos filmes de terror, mesmo assim as mulheres nesse tipo de produção costumam ser mais complexas e têm um grande desejo de sobrevivência.

As mulheres, inclusive, estão não só à frente das telonas mas também por trás de grandes nomes do cinema de terror. Daphne du Maurier escreveu Rebecca, The Birds, e Don’t Look Now, que foram adaptados para o cinema pelas mãos de Alfred Hitchcock. Alice Balché, umas das primeiras diretoras de cinema do mundo, escreveu diversas histórias de terror que serviram de inspiração para o próprio Hitchcock, mas acabou caindo no esquecimento com o tempo.

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O terror foi sempre foi uma possibilidade das mulheres serem mais do que donzelas esperando ser resgatadas pelo herói, e permite que o público veja a história através da sua perspectiva. Alguns críticos creditam o fato de as mulheres serem as principais guias nos filmes de terror justamente porque é mais fácil a audiência sentir medo com um personagem visto como “delicado” e “frágil” enfrentando algo aterrorizante.

O cinema em geral demorou muito tempo para criar personagens femininos com complexidades e profundidade, mas o terror sempre fez isso, tanto nos papéis de vítima ou vilã. Lá em 1913, Ruth Ann Baldwin escreveu o filme mudo The Werewolf, onde a mulher se transforma em um lobo assassino. Esse é um exemplo clássico onde a personagem feminina sai do papel de vítima para se tornar aquilo que causa medo.

Em Carrie, filme baseado no livro homônimo de Stephen King, inaugurou uma novo tipo de personagem feminino no terror: o monstro e o herói. É o primeiro filme de terror onde o medo se esconde dentro da protagonista. Enquanto passa pela transição de menina a mulher, Carrie tenta lidar com esse novo poder que toma conta dela e a transforma em um monstro. Não existem objetos amaldiçoados, criaturas sedentas de sangue, condenados fugitivos, apenas uma garota se tornando mulher em um mundo que é cruel.

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Cena do filme “Carrie – A estranha”

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