Minorias na Turma da Monica
Mônica, Magali, Cascão, Cebolinha. Não é preciso perguntar se alguém reconhece esses nomes, não é mesmo?
Todas as gerações, sem exceção, conhecem a Turma da Mônica e, de alguma forma, acompanharam de perto suas histórias em algum momento da vida. Afinal, faz 60 anos que o cartunista Maurício de Souza deu vida a seus principais personagens, dando início a uma história que divertiu, entreteve, ensinou e emocionou milhões de pessoas ao longo das décadas – e assim continua fazendo, sem previsão de fim! A Maurício de Souza Produções hoje é uma empresa de 350 funcionários, dentre eles os filhos do desenhista, que abraçaram o negócio da família.
Quem gosta de cinema e está sempre de olho no que entra em cartaz viu que, em pleno 2019, a Turma da Mônica continua se aventurando nas telonas e, dessa vez, com direito a atores reais.
O filme “Turma da Mônica: Laços” estreou recentemente e foi um sucesso entre os telespectadores, inclusive o próprio Maurício, que se emocionou mesmo assistindo ao longa pela terceira vez. Aliás, essa não é a primeira aventura da turminha nos cinemas: desde 1982, a Maurício de Souza Produções já lançou 19 filmes.
Mas não é só no cinema que Mônica e companhia vêm inovando. Novos personagens com necessidades especiais vêm sendo incluídos na galera, como Edu (distrofia muscular), Tati (síndrome de Down), Luca (cadeirante), Dorinha (deficiente visual), Igor e Vitória (soropositivos) e André (autismo).
Esse é um grande exemplo de como a empresa sempre se preocupou em se atualizar e acompanhar a evolução da sociedade. Afinal, nas palavras do próprio cartunista, “eles têm o papel de divulgar por meio das histórias mensagens que sejam esclarecedoras sobre crianças que têm essas condições. Se pudermos fazer alguma coisa para ajudar, temos de fazer”.
Esse espírito vanguardista não é de hoje, já que a própria Mônica foi criada em 1963 (4 anos depois do Cascão e Cebolinha) devido ao questionamento do público em relação a personagens femininos.
Recentemente, um outro grupo foi adicionado à Turma também: Milena e sua família integram o primeiro núcleo de personagens negros protagonistas, mostrando que, mesmo aos 83 anos, Maurício de Souza está de olho no presente e ajudando a construir o futuro, trazendo mais representatividade e igualdade a todas as pessoas.
E os personagens homossexuais, será que está nos planos da empresa? O cartunista afirma que é um próximo passo e já está sendo estudado, sempre com muita cautela, no intuito de não cair em algum estereótipo de preconceito enraizado na nossa cultura. “Essa possibilidade depende dos nossos leitores aceitarem numa boa, sem haver nenhum tipo de comoção. Vai ser na hora e no tempo certo”, afirma o cartunista.
E você, o que acha da inclusão de personagens de minorias nas histórias infantis?