O impacto da Inteligência Artificial em Social Media

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O impacto da Inteligência Artificial em Social Media

Pra gente conseguir olhar para frente e entender melhor o impacto da Inteligência Artificial, vale dar uma olhadinha no passado e fazer algumas comparações.

Primeiro, imagine que você tem uma empresa, uns 30 anos para trás, 1989, 1990 aproximadamente. Para se comunicar com seu público era necessário fazer um anúncio, vamos supor que fosse um vídeo para ser exibido na TV.

Você tinha que pensar no conteúdo, ser extremamente direto ao ponto, porque teria poucos segundos. Aí você teria que pensar em qual intervalo de qual programa você iria anunciar. Se fosse uma empresa de alimentos, um ingrediente, tipo molho de tomate. Certamente você pensaria que seu público são mulheres, acima dos 25 anos, porque cozinham e, consequentemente estariam assistindo ao programa da Ana Maria Braga.

Aí você veiculava seu anúncio e começava a vender ou não. A partir daí você faria pesquisas para APRENDER o que deu certo e o que não deu.

Mas sempre pintavam algumas dúvidas na sua cabeça: 1) apenas mulheres cozinham? 2) apenas mulheres assistem ao programa da Ana Maria? 3) As mulheres que assistem estariam realmente interessadas no seu produto?

Em segundo lugar, vamos mudar o ângulo de empresa para pessoas, sobre outro aspecto. Já, já a gente vai juntar as duas coisas.

Nos mesmos 25 anos atrás, como eram compostos os núcleos de amizade? O pessoal da rua, os vizinhos, o pessoal da escola, do trabalho. Dificilmente você encontraria, na Irlanda, uma pessoa com o mesmo interesse em histórias de heróis japoneses que você.

Ótimo. O tempo passou, as redes sociais surgiram. As pessoas começaram a se conectar. Gerar conteúdo. Falar dos seus interesses. Dizer onde estão, com quem estão, que horas estão. Fazem posts, vídeos, dão likes, comentam, compartilham, fazem check-in, falam dos seus sentimentos, ouvem músicas.

Todas essas informações são armazenadas, estruturadas, analisadas, comparadas por robôs. Softwares de Inteligência Artificial que conseguem, além de ler todos esses dados, prever o que as pessoas gostam, onde podem estar, com quem podem estar. Essas máquinas aprendem com base em centenas de milhões de testes com bilhões de pessoas (o Facebook e o YouTube já chegaram a 2 bilhões de pessoas usando suas plataformas, isso mesmo, ¼ de toda a raça humana usa o Facebook ou o YouTube).

Com todas essas informações, os algoritmos conseguem organizar tudo o que é postado nas redes sociais e prever que tipo de conteúdo você mais gostaria de ver naquele momento, naquele lugar.

Agora é que as coisas se juntam. Porque para ter empresas anunciando em suas plataformas, essas redes precisam de pessoas que fiquem consumindo conteúdo e quanto melhor o conteúdo, mais tempo as pessoas passam e mais anúncios são exibidos.

Ficou fácil para o anunciante. Ao invés de fazer um vídeo curto, preciso e pensar muito em qual programa de TV anunciar, tudo o que ele precisa fazer é um conteúdo legal, em muito mais volume (ao invés de 1 vídeo de propaganda, 20 vídeos de receitas, por exemplo) e selecionar o público que quer atingir. A ferramenta sozinha busca essas pessoas com esses interesses.

Pode ser mulher de 30 anos, como pode ser um homem de 20, uma senhora de 80, uma jovem de 18. São os interesses que mandam. Se sou uma pessoa de 98 anos e quero aprender a cozinhar um risoto de alcaparras, por que eu deveria depender da TV para aprender quando posso ir buscar por isso na internet?

Para quem anuncia é incrível, para quem consome, melhor ainda, porque tende a receber apenas o que a interessa.

Mas isso tem impactos. Econômicos, sociais, culturais. Positivos e negativos.

Como a ferramenta busca as coisas que você gosta, nas suas redes, tende a aparecer apenas conteúdos com os quais você concorda, comentários que reforçam o seu viés de pensamento. Isso gera uma bolha, que tem sido muito discutida. E essa bolha pode gerar raiva, já que você não tem nenhum contraponto à sua visão.

Uma pessoa que, sobre o seu ponto de vista, está fazendo a coisa errada, pode parecer muito errada porque muitas pessoas parecidas com você também acham. E pronto, essa pessoa acabou de virar a maior vilã e ameaça do mundo. E, com base em fatos recentes, essa pessoa pode sofrer, injustamente, uma represália física de algo que surgiu digitalmente.

O mesmo acontece por outro lado. Quando você tem um viés positivo por alguém, verá muitas pessoas parecidas com você elogiando, apoiando essa pessoa. Isso gera uma idolatria e, muitas vezes uma obsessão onde qualquer argumento ou ponto de vista contrário pode te parecer ofensivo.

A máquina aprende com as respostas do homem e eleva ao extremo suas decisões e visões. Isso move a economia, a sociedade e a cultura.

Por isso, vale começar a olhar atentamente a esses padrões e questionar os algoritmos para que eles sejam cada vez mais inclusivos e benéficos.

E se precisar fazer aqueles 20 vídeos de receitas ou de qualquer outro assunto para as redes sociais, vale bater um papo com a gente! 😉

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