Estratégia de ‘Renaissance’, da Beyoncé, vai contra a onda do Tik Tok


O lançamento do novo álbum da Beyoncé trouxe uma série de reflexões para quem trabalha – e consome – com a internet.

Depois de uma espera de 7 anos, os fãs da diva do pop finalmente podem se deliciar com ‘Renaissance’, que conta com 16 faixas e grandes colaborações como Grace Jones e Nile Rodger.

Uma álbum desse tamanho vai na contramão do que é a grande tendência da internet atual que veio com a febre do Tik Tok, com vídeos curtos de poucos segundos e as tais dancinhas. Mas será que ficar de fora das tendências é sempre um problema?

Esse é um desafio para os profissionais do marketing digital e as marcas. A internet muda a todo tempo, novas plataformas e formatos surgem a cada semana e o que é viral hoje, já não é mais amanhã. Como acompanhar esse movimento? Ou melhor, como saber o que é apropriado acompanhar para cada estratégia e cada marca?

Para Beyoncé, que tem sua trajetória na música marcada pela inovação e quebra de paradigmas, o projeto trouxe liberdade. “A criação desse álbum me deu um lugar para sonhar e encontrar uma fuga durante um período assustador para o mundo. O álbum fez com que eu me sentisse livre e aventureira em um tempo em que havia pouco movimento. Minha intenção era criar um lugar seguro, sem julgamento. Um lugar livre de perfeccionismo e pensamento excessivo. Um local para gritar, soltar, sentir liberdade. Foi uma bela jornada de exploração.”

E “Queen Bey” não é a primeira a se manifestar sobre isso. Uma matéria da Rolling Stone Magazine contou quando Doja Cat fez uma colaboração com a Taco Bell (rede de restaurantes americana) e fez uma reclamação irônica sobre a parceria: “Preciso mesmo fazer esse TikTok… eles querem que eu faça rap sobre pizza mexicana […] Então, eu só queria te avisar antes de você ver essa merda, é contratual. Shh. Eu sei que é ruim.”

Adele também já havia se pronunciado sobre o fato de não estar no Tik Tok na época do lançamento do disco ‘30’, em 2021. “Se todo mundo faz música para o TikTok, quem faz música para a minha geração? Quem faz a música para meus colegas? Gosto de ter essa missão”, disse a cantora britânica em uma entrevista.

Adele triunfa en las listas globales con su álbum "30" - Diario Libre
Adele no álbum ’30’

Essa é realmente uma questão delicada que vale a reflexão não apenas para o mundo da música para todas as marcas. É legal acompanhar as tendências e estar onde parece que todo mundo está, mas é preciso avaliar com cuidado se aquilo faz sentido para a marca e sua comunicação, e com quem ela quer se comunicar. É fundamental se perguntar a todo tempo onde está o seu público e como ele gosta de consumir conteúdo.

Afinal, se todos estiverem fazendo a mesma coisa só porque é isso que faz sucesso agora, onde fica a criatividade, a ousadia? Às vezes, fazer o que ninguém mais está fazendo pode ser mais especial e relevante para a marca do que seguir uma receita de bolo pronto.

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