Entendendo a teoria do cinema
Não importa se você é um apaixonado por cinema ou se trabalha na área, entender a teoria do cinema possibilita analisar filmes de forma mais profunda e detalhada e situar o seu lugar no tempo e na sociedade.
Mas o que significa a tal da teoria do cinema? O que é estuda e avaliado em cada filme?
Basicamente, a teoria do cinema analisa os seguintes elementos:
- Tipo de filme
- Enquadramento
- Ângulos
- Iluminação
- Cores
- Som
- Edição
- Mise-en-scene
Cada um desses elementos ajuda a contar a história e conduz a audiência para onde o diretor quer que ela chegue. Apesar de serem a parte “técnica” da coisa, é através dela que se desperta emoções, sentimentos, criar o clima e dá o tom do filme. A combinação entre eles e a forma de trabalhar cada um traz infinitas possibilidades de criar e produzir novidades.
Tipo de filme
Realismo: como o próprio nome diz, foca no real, sem filtros, que chega a parecer um documentário. Geralmente, não se trabalha com atores renomados e efeitos especiais. A edição é minimalista e a iluminação, natural. Como exemplos, temos “Aquário” e “Ladrões de Bicicleta”.
Clássico: fica entre o realismo e o formalismo. É um tipo de filme que mostra a realidade entre as pessoas, mas com uma certa manipulação de produção, como iluminação e música para criar um clima ideal. Para exemplificar, “O Poderoso Chefão” e “Cidadão Kane”.
Formalismo: é baseado na realidade que o diretor quis criar. É feito uso pesado de efeitos especiais, enquanto iluminação e sonografia criam efeitos exagerados. Se veio à sua mente filmes de super-heróis e “Star Wars”, acertou!
Enquadramento
Cada cena é composta por uma combinação de enquadramentos, responsáveis por dar o tom e clima da cena. Alguns deles são:
- Plano geral
- Plano aberto
- Plano médio
- Plano Americano
- Plano Próximo
- Close-up
- Plano detalhe
- Plano sequência
Ângulos
Os ângulos podem ser um artifício para criar emoções no telespectador. Basicamente, os ângulos podem ser na altura dos olhos, baixo, alto ou diagonal.
Iluminação
A luz é fundamental para cria o clima e despertar sensações. Quanto mais você entender sobre o assunto, melhor consegue misturar os efeitos e criar formar únicas de induzir a audiência.
Cores
Saturadas: transmitem felicidade, fantasia, alegria. Pense na “A Fantástica Fábrica de Chocolate”!
Insaturadas: dão a sensação de tristeza, depressão, cenário de distopia. O filme “A Estrada” é um excelente exemplo.
Não é preciso muito esforço para ver a diferença, né? 😉
Som
Diegético: é o tipo de som que está implicitamente presente dentro da cena. Basicamente, é qualquer som que o personagem em cena estaria ouvindo, como vozes de personagens ou música vindo de algum instrumento.
Não diegético: é o som que não está na cena, ou seja, que os personagens não estão ouvindo, e servem para dar contexto e o tom. Pode ser a voz do locutor ou a trilha sonora, por exemplo.
Edição
É aquele tipo de trabalho que passa despercebido quando bem feito. Uma boa missão conta a história de forma fluida e funciona como um guia para a audiência. Se mal feita, acaba chamando a atenção justamente por desviar o foco da história e trazer para a técnica.
Mise-en-Scene
É, basicamente, o planejamento de tudo para que a cena seja gravada conforme planejada. É tudo o que está “atrás” da câmera, como posição de câmera, iluminação, lentes, filtros, ângulos.