Como alcançar a Geração Z fora das redes sociais?


No mundo de hoje, tendemos a acreditar que a Geração Z, que já nasceu conectada às redes sociais, não consome outro tipo de conteúdo que não os vídeos curtos do TikTok.

Uma pesquisa de tendências de mídia digital de 2021 realizada pela Deloitte descobriu que a Geração Z classifica assistir TV e filmes como a quinta entre as 5 principais atividades de entretenimento. Isso deveria ter levado todas as redes de TV e produtoras a repensar como alcançar e se conectar com esse público, que são a próxima geração de consumidores.

Para Millennials, Gen X e Boomers, assistir TV e filmes em casa continuou a ser a atividade de entretenimento favorita em geral, com 57% classificando-a entre as três primeiras. A Geração Z, no entanto, exibe preferências de entretenimento muito diferentes das faixas etárias mais velhas, de acordo com o estudo da Deloitte.

Entre os consumidores da Geração Z nos Estados Unidos (atualmente com idade entre 14 e 24 anos), os videogames (26%) são sua atividade de entretenimento número 1, seguido por ouvir música (14%), navegar na Internet (12%) e se envolver nas redes sociais (11%). Apenas 10% disseram que assistir TV ou filmes era seu passatempo favorito.

Agora, como os produtores e plataformas podem alcançar esse público jovem com seus programas de TV ou filmes?

Segmentar por videogames

Uma estratégia é ir onde seu público-alvo já está, ou seja, videogames. Vale lembrar que a sensação de comunidade e pertencimento é de extrema importância para a Gen Z.

Por exemplo, o Twitch lançou uma função Watch Parties, dando aos streamers e seus assinantes em todo o mundo a capacidade de assistir à biblioteca de filmes e programas de TV da Amazon juntos. E a Netflix também prestou atenção ao anunciar sua expansão para videogames, que a empresa revelou recentemente como uma nova categoria “semelhante à nossa expansão para filmes originais, animação e TV sem roteiro”. Eles também estão testando pesquisas interativas em reality shows, incluindo “Too Hot to Handle” e “Love Is Blind”.

Incluir influenciadores da Geração Z

A segunda estratégia é incluir influenciadores da Geração Z, especialmente os que são famosos no TikTok. O Hulu lançou o “The D’Amelio Show”, um reality show em oito partes que mostra a família D’Amelio navegando pelos altos e baixos da fama nas redes sociais após o sucesso explosivo das filhas Charli e Dixie no TikTok.

A dançarina Addison Rae, que conta com nada menos do que quase 89 milhões de seguidores no TikTok, fez sua estreia como atriz em “He’s All That” na Netflix. O filme alcançou o primeiro lugar no serviço em 78 países, incluindo França, Brasil e Arábia Saudita, de acordo com a empresa.

Essas estrelas do TikTok têm milhões de seguidores em diferentes plataformas e, ao criar programas para eles, os streamers exploram suas apaixonadas bases de fãs.

Trazer histórias familiares para a Geração Z

Pra alcançar a Geração Z, as redes de TV e os estúdios devem começar a prestar atenção aos gêneros, histórias, criadores e plataformas que esse público está utilizando (e que, muitas vezes, nós nem sabemos que existem e são um verdadeiro fenômeno).

O Wattpad, por exemplo, é uma plataforma global com mais de 90 milhões de leitores e escritores. O objetivo é criar comunidades sociais em torno de histórias para escritores amadores e consagrados. A trilogia de “A Barraca do Bejio” (Netflix) foi uma história nessa plataforma antes de virar uma série de sucesso na gigante do streaming.

Ao se fundir com a WEBTOON, a maior plataforma de quadrinhos digitais do mundo, para criar o Wattpad WEBTOON Studios, o Wattpad agora também tem em seu catálogo uma ampla variedade de quadrinhos, incluindo uma parceria criativa com a DC.

Outra empresa que está indo nessa direção é a Tapas, com sede em Los Angeles, que cresceu de uma startup para uma potência editorial na última década. A Tapas teve um aumento de 500% nas receitas ano a ano em 2020, gerando mais de US$ 2 milhões por mês para seus criadores. Os títulos populares do site, como “The Beginning After the End” e “Magical Boy”, geram centenas de milhões de visualizações de página por mês. No total, as 99.000 séries originais de histórias em quadrinhos e romances em prosa da empresa, de 64.000 criadores, geraram mais de 8 bilhões de visualizações de página até o momento, de mais de 9 milhões de usuários registrados, com uma média crescente de 200 milhões de visualizações de página mensais.

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