Cannes Lions 2021 em polêmica sobre falta de diversidade

Cannes Lions 2021 em polêmica sobre falta de diversidade

Cannes Lions 2021 em polêmica sobre falta de diversidade

A falta de diversidade é uma das pautas mais importantes da atualidade. Diversidade nas empresas, na mídia, nas novelas, nos filmes. O mundo é feito por pessoas diferentes e a padronização dentro de um único e restrito valor estético culturalmente aceito como “ideal” deixa boa parte dos seres humanos de fora de qualquer representação. E muito mais do que se enxergarem no mercado de trabalho, na novela ou no filme, as pessoas têm o direito de serem vistas, ouvidas e, acima de tudo, respeitadas. Qualquer pessoa. Em qualquer ambiente. Em qualquer situação.

Infelizmente, apesar de inúmeros esforços por parte de alguns, ainda temos um longo caminho pela frente para alcançar, se é que é possível, um mundo mais justo, onde todas as pessoas se sintam representadas independente de sua cor, raça, sexo, classe social, orientação sexual, identidade de gênero ou religião.

E claro, apesar desse ser um trabalho coletivo, o alcance que marcas, eventos e grandes empresas têm também confere maior responsabilidade e dever de pensar sobre essas questões e atuar de maneira assertiva. Com a popularização da internet, o público atento que aprendeu a enxergar as diferenças – e a falta delas – consegue identificar rapidamente quando uma marca não está fazendo o seu papel a favor da diversidade, abrindo as portas para pessoas de todos os tipos estrelarem suas campanhas e trabalharem em seus escritórios. E isso, claro, vira assunto para dar e vender.

Recentemente, quem esteve envolvido em uma polêmica acerca da falta de diversidade foi o Cannes Lions. Prestes a ter a próxima edição realizada em junho de 2021, um ex-reitor fez críticas quanto à falta de diversidade no festival por meio de seu perfil no Twitter.

Abraham Abbi Asefaw. Imagem: www.prolificlondon.co.uk/

Abraham Abbi Asefaw, ex-reitor do programa de aprendizagem do Cannes Lions da Roger Hatchuel Academy (RHA), que tem como proposta trazer jovens criativos da indústria de comunicação, relatou um fato ocorrido decorrente de sua saída do cargo. Após ele e seu colega terem a parceria com o festival encerrada, Asefaw pediu à organização que escolhessem apenas um reitor para o cargo e que fosse uma pessoa não branca.

Porém, não foi essa a decisão dos superiores, que acabaram escolhendo uma pessoa branca para ocupar a vaga. Como ele disse: “Fui removido da função de reitor do Cannes Lions School. Todos os reitores da lista são brancos. Sim, até na Roger Hatchuel Academy – o lugar de mais diversidade do Cannes Lions.”

Depois da polêmica gerada pelos tweets de Asefaw, Steve Latham, head of talent and training, se desculpou pelo ocorrido: “Em relação ao RHA, minha decisão foi egoísta e não pensada e, por isso, peço desculpas. Foi apresentada a mim uma solução rápida durante um período estressante mas, olhando para a situação, teria lidado com isso de forma diferente.”

O ex-reitor, por sua vez, não deixou o pedido de desculpas minimizar o problema. Ele continuou: “Eu posso lidar com o fato de não continuar como reitor, apesar de mais de uma década de longo compromisso com a organização e de ter sido seu consultor para qualquer assunto relacionado à diversidade. Mas, o que não consigo lidar é com o fato de a próxima geração de criativos, de todo o mundo, terem uma representatividade menor por causa de uma solução rápida”.

 

O que você achou das críticas de Asefaw e como acredita que as marcas e empresas podem contribuir para a diversidade real?

Receba nossos artigos!
Nós respeitamos sua privacidade.